Meu nome é Gal (o filme)
Recentemente, tive a grata satisfação de assistir ao filme “Meu nome é
Gal”, estrelado pela brilhante e carismática atriz Sophie Charlotte, que faz o
papel da cantora, falecida em novembro de 2022, antes, portanto, do lançamento
do filme, o que foi uma pena.
Dirigido por Dandara Ferreira e Lô Politi, a cinebiografia conta a
história da artista, quando vai de Salvador para o Rio de Janeiro, tentar a
sorte como cantora. Lá chegando, encontra Caetano, Gil e Bethânia, que
juntamente, com outros artistas, como o maestro Rogério Duprat e o poeta
Torquato Neto, dão início ao Tropicalismo, movimento inovador e revolucionário da
MPB.
Tudo isso acontece em pleno contexto da ditadura militar no Brasil, e com
a prisão de Caetano e Gil - e consequente exílio em Londres - Gal Costa se
torna a porta voz e grande representante do movimento no país.
Os bastidores e as imagens históricas emocionam, sobretudo quando a cantora
aparece na tela, ainda jovem, interpretando “Dê um rolê”, e ocorre um corte
para os dias atuais, com ela e a mesma canção, pouco antes do seu passamento
para a eternidade.
O filme nos deixa com uma sensação de “quero mais”, mas valeu o registro.
Ficamos no aguardo de uma cinebiografia mais robusta e completa, Gal Costa
merece.
VACA PROFANA
Para Gal
Costa (in memoriam)
O tropicalismo salva a todos
Dos caretas aos avant-garde
Lembro dos tempos que você
Brincava nas ruas da Barra
No meio, comandando a garotada
Até passar a cantar poesia
Concreta pós moderna tropicália
Salvador te ama e São Paulo
Que é como o mundo todo, te venera
Quem dá um passo atrás
Pode dar um passo à frente
Perdoe, pois muitos não sabem
O que dizem e o que fazem
Pois eu também sei ser careta
No mais, entre o mar e a cruz
Entre Londres e Barcelona
Aceita essa composição dadaísta
Como um quadro de Picasso
Para desespero dos puristas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário