sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

 

CADILLAC RECORDS

 

Filmes em dvd e blu-ray ainda existem – acreditem – e eu sou um desses cinéfilos que ainda tem uma coleção desses, devidamente guardada e conservada.

A indústria cinematográfica atual, visa, em sua grande maioria, fazer sucesso com os chamados “blockbusters”, e assim, ganhar dinheiro, e muito.

Até certo ponto, compreendemos, tendo em vista os custos da produção de um filme, que são altos. Mas a busca obsessiva pelo sucesso, abrindo mão da qualidade artística, incomodam, embora alguns filmes de sucesso tenham também, qualidade estética e artística, ressaltando aqui, que tudo isso também dialoga com o subjetivismo, afinal, estamos falando em um campo muito pessoal.

Isto posto, vamos ao “Cadillac Records”. O filme retrata a Chicago dos anos 50 e 60, dominada pelo preconceito racial, sobretudo, com os negros. E aí, surge um grande paradoxo, pois os grandes talentos do folk, do jazz e do blues – que deram origem ao rock ‘n’ roll – eram negros.

O filme mostra a ascensão da gravadora Chess Records, de Leonard Chess, dando voz e visibilidade a artistas como Muddy Waters, Little Walter, Willie Dixon, Etta James, e talvez, o mais conhecido deles – Chuck Berry, que inovou o jeito, inclusive, de tocar a guitarra elétrica.

Chama a atenção o fato de que praticamente todos eles tiveram uma história de vida difícil, vindos de contextos sociais extremamente pobres e humildes, como Muddy Waters, que era um agricultor no Mississipi.

Ao contrário do que muitos pensam – o rock ‘n’ roll não nasceu com Elvis Presley, mas sim com estes artistas já citados, o que implica dizer também, da influência da música de raiz africana naquele que viria a ser um dos gêneros de maior sucesso em escala global, que o digam os Rolling Stones, Beatles e Led Zeppelin, para ficarmos apenas nestes três exemplos.

Assistam a “Cadillac Records”, um filme rico de história e música, um tributo aos artistas originários  que nos legaram as raízes da música, tal qual a conhecemos hoje.

Erivan Santana é professor e poeta, cronista e titular da Cadeira 36 da Academia Teixeirense de Letras (ATL).




 


 

 

 

 

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