A GUERRA, O OSCAR E A VIOLÊNCIA
Definitivamente, a violência
se naturalizou entre nós, de maneira que pequenas agressões, principalmente se
forem verbais, éticas ou psicológicas, passam praticamente despercebidas. Basta
observar o cotidiano – somente quando ocorre um fato muito grave, é que isso
causa alguma comoção.
O mundo moderno jamais
esperava um conflito tão brutal como este no Leste Europeu, onde se constata a
falência do diálogo, da diplomacia, enfim, da civilidade. Justamente na Europa,
palco de um dos mais dramáticos e sangrentos episódios da história mundial, a
Segunda Grande Guerra, que deixou milhares de mortos, feridos e desaparecidos. A
reincidência de uma guerra neste continente assombra o mundo.
Falando do nosso
cotidiano, o alto índice de indisciplina e violência, no contexto do ambiente
escolar vem assustando pais, professores e responsáveis. A pandemia da Covid-19
não deixou somente sequelas físicas, mas também trouxe consequências sociais e
econômicas para muitas famílias, que passaram a viver em uma situação de
vulnerabilidade social. Abalos no campo emocional e psicológico também foram
sentidos por todos, isto porque tivemos perdas ou conhecemos alguém que perdeu
entes queridos, parentes, conhecidos e familiares.
Para além de tudo isso,
é preciso dizer que a história sempre foi marcada pela violência, incluindo a
sociedade brasileira. Sempre convivemos com isso, onde crianças e adolescentes
estão por aí, sofrendo todas estas influências, e isto reflete no ambiente
escolar. A título de exemplo, veja-se o que aconteceu recentemente no Oscar,
evento transmitido ao vivo em escala global, quando tivemos cenas de violência
física entre protagonistas do evento, um ramo do entretenimento que atrai
muitos jovens. Entretanto, é preciso ressaltar, a violência hoje está
incrustada em todos os contextos da vida social, seja no lar, na escola, no
trânsito, nas repartições públicas, etc.
É preciso ensinar bons
modos, boas maneiras e uma conduta fundamentada na ética às novas gerações, mas
não adianta somente adotar o instrumento da fala e da punição, é preciso,
sobretudo, dar bons exemplos. De fato, vivemos tempos sombrios.
Erivan Santana, 29/03/22